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Sunday, September 02, 2007

VIVA O CERRADO!

O CERRADO DENTRO DA GENTE

“SERTÃO: é dentro da gente”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 270.


Homenagem a terra e aos povos cerratenses, especialmente aos PARTICIPANTES do Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas (realizado anualmente em Chapada Gaúcha, vizinha de Formoso-MG), do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (em Alto Paraíso-GO) e das Cavalhadas de Pirenópolis – GO.

Xiko Mendes e Alan Mister*

PARTE I

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Cuide do rio valorizando tuas águas,
Preserve árvores, animais, nascentes...
Vá e volte comigo de MÃOS DADAS!

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Coloque as tuas mãos em movimento:
Faça GESTOS, escreva, grite, TENTE
Lutar contra o DESMATAMENTO!

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Não “lave as mãos que nem Pilatos”:
Mude tuas atitudes e se movimente
Transformando palavras em ATOS.

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Um de seus inimigos é o agronegócio.
Diga não à MONOCULTURA poluente!
Não compre nada com agrotóxicos!

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Se torne ecologista no próprio quintal:
Faça a FAMÍLIA tornar-se consciente
De que Cerrado vivo é fundamental.

Se o CERRADO é o dentro da gente...
O que fazes de braços cruzados?
Levante-se, erga as mãos, urgente,
Pois não é hora de ficarmos calados!

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Não fique aí parado de mãos atadas.
Acorde! Acorde e sinta que sua mente
É um amanhecer de vozes indignadas!

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Mude os seus hábitos dentro de casa.
Conheça mais sobre Meio Ambiente!
PRESERVE A PUREZA DA ÁGUA!

PARTE II

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Eu sou como sua Água e seu Ar:
Sou o rio da terra sem mar.
Em baixo desse céu de azul anil
PERCORRO QUASE TODO O BRASIL.

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Sou caçado e sou caçador.
Sou ave de rapina e roedor,
Onça, sabiá, saruê, tatu,
Tamanduá, anta, cascavel, teú!

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Sou coruja à noite, gavião de dia,
O olhar contemplador de nostalgia.
Sou tico-tico, marreco, ema,
Beija-flor, joão-de-barro, seriema...

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Sou cagaita, araticum, mangaba;
Sou jaca, bacupari, jabuticaba.
Em meu solo cresce o buriti.
Na mesa sinto cheiro de pequi.

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Sou a imponência do jatobá,
A beleza na forma do jacarandá.
Sou do tamanho do jequitibá,
Selvagem, indomável como lobo-guará.

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Sou a catira, o repente, a embolada.
Sou da Chapada e da Festa das Cavalhadas.
Sou da Folia de Reis e do Divino.
Sou viola cantando no dedo do menino.

Se o CERRADO é o dentro da gente...
Eu sou parte dessa GENTE que agora
Escuta, canta, dança, conta HISTÓRIA...
Esse Povo que luta rindo como criança,
Cheio de amor a Terra com Esperança!

Ter o CERRADO dentro da gente...
É sentir o sangue como seiva latente
Pulsando Vidas, germinando sementes.
E apesar da fúria de homens inclementes,
O Cerrado está aí: firme, forte, persistente!